Estudantes e professores buscam soluções para problemas socioambientais e apresentam projetos na Conferência Estadual pelo Meio Ambiente

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No segundo dia da III Conferência Estadual Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, nesta terça-feira (29), no Hotel Sol Bahia, em Salvador, estudantes das redes municipais, estadual e particular participaram de oficinas de seleção e de formação. Também trocaram experiências, apresentaram seus projetos voltados à Educação Ambiental e iniciaram o processo de escolha dos 19 delegados que irão representar a Bahia na V Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, de 19 a 23/6, em São Paulo. Os educadores, por sua vez, se envolveram nas oficinas “Cultura da sustentabilidade na Educação Ambiental crítica” e “Comunicação não violenta – um trilhar ecológico”.

Realizada pela Secretaria da Educação do Estado, a conferência estadual – que prossegue até quarta-feira (30), com a plenária final – está pautada no objetivo de discutir ações que possam fortalecer a cidadania ambiental nas escolas e nas comunidades do entorno. A professora de Geografia, Elisenilda Andrade, do Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, no Bairro da Paz, em Salvador, falou sobre a sua experiência na unidade escolar. “A abordagem do tema sustentabilidade é indispensável em todas as áreas do conhecimento, especialmente no que se refere à escassez mundial da água. Em sala de aula, levamos esse debate de forma contextualizada, que parte do local onde a comunidade está inserida para o global, por meio de projetos pedagógicos”.

O seu aluno Michel de Santana, 14, 7ª série, que levou para a conferência o projeto “Empoderamento do Rio Mangabeira”, afirmou que o evento é uma oportunidade de compartilhar conhecimentos e experiências. “O Mangabeira é o rio que corta o Bairro da Paz e passa no fundo do nosso colégio. Só que ele está totalmente degradado devido à ocupação desordenada do bairro, ao longo dos anos. Nosso objetivo é recuperar o rio, onde as pessoas se banhavam e pescavam e, hoje, virou um esgoto. Nosso projeto mostra que a culpa é da própria comunidade e para reverter a situação, precisamos parar de jogar lixo no rio e tomar algumas atitudes, buscando parcerias, para fazer a limpeza dele”.

A estudante Maria Clara de Aleluia, 14, 9º ano do Colégio Estadual Kleber Pacheco de Oliveira, em Lauro de Freitas (Região Metropolitana de Salvador), também está empolgada com a oportunidade de participar de um evento onde, dentro da proposta de troca de experiências, ela apresenta o seu projeto “SOS Rio Joanes”. “Estar aqui é uma grande vitória porque é uma forma de mostrarmos a nossa preocupação e as nossas propostas para conscientizar as pessoas sobra a importância de cuidar do meio ambiente”, comemorou.

Delegada representando o município de Jequié, no Sudoeste baiano, Marcela Maia, 14, 8ª série do Colégio Estadual Professora Faraildes Santos, também comentou sobre a importância do evento. “Nas discussões que participamos durante a conferência, a gente abre os olhos para novas aprendizagens e ganha mais consciência de que a sobrevivência do meio ambiente depende de nós”.

 

Oficinas para professores – A professora Rosileia Oliveira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), destacou para os educadores na oficina “Cultura da sustentabilidade na Educação Ambiental crítica”, a proposta de discutir o termo sustentabilidade nas práticas de Educação Ambiental a partir de uma perspectiva crítica. “Não podemos perder de vista que é importante a aprendizagem dos conceitos formais, mas dentro de uma perspectiva que não seja simplesmente passar informações e sim que o aluno tenha a possibilidade de se posicionar, refletir tomar decisões. E, nesse sentido, a formação científica é importante para subsidiar o processo de entendimento sobre, por exemplo, que é muito pequena a quantidade de água potável no planeta”.

O ouvidor-geral do Estado, José Maria Dutra, responsável pela oficina “Comunicação não violenta – um trilhar ecológico”, junto à facilitadora Daniella Araújo, enfatizou que a educação é, antes de tudo, uma relação humana. “Então, trabalhamos aqui a relação humana não como uma comunicação apenas verbal e sim a comunicação que ocorre entre os seres humanos, visando a conexão entre as pessoas. E isto tem a ver com o meio ambiente porque quando um ser humano se afasta do outro vai perdendo a sensibilidade e quando ele perde a sensibilidade com o outro, perde a sensibilidade com o meio ambiente, se tornando violento tanto com o meio ambiente, como com o outro”.